domingo, 29 de novembro de 2009

Solidão

A verdade é que posso estar rodeada de pessoas e sentir-me sozinha !
A verdade é que o Natal é uma prova disso !
Eu detesto o Natal e tudo o que ele envolve.. é um facto que ele ainda não começou e eu já estou cansadaaaa !
Esta é sem duvida a época que mais hipócrisia traz !!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Complicação !

Eu não preciso que ninguém me chatei ! Consigo chatear-me a mim própria .. !
Cresci com a ideia de que sa mulheres são complicadas.. confesso que tentei remover essa ideia das pessoas que me rodeavam, sendo que assim eu também não pensaria desse jeito !
Mas hoje admito, desisti !!!
Não dá !
Tenho a sensação de que cada vez que sofro, cada vez que choro ou escondo a minha cara debaixo de almofadas e lençóis a culpa é somente minha ! Mesmo achando que a culpa nunca é só de uma pessoa ..
Eu não consigo para de fazer comparações com outros tempos que já passaram e já deviam estar encerrados !
Um olhar ou uma palavra errada faz-me caminhar 'para traz' e lembrar-me daquilo pelo qual eu um dia tive que passar !
Não é justo !
Tudo o que menos queria era complicar.. e tenho a sensação que é tudo o que sei fazer !
Aqueles dias que acabaram alguns anos atraz permanecem vivos dentro de mim, não me deixando viver sem pensar no presente !
Hoje sei que sofro pq não consigo descomplicar, porque não consigo simplesmente esquecer ou resolver tudo aquilo ... *

domingo, 15 de novembro de 2009

Sabes avô ..

Sabes avô, nunca em tempo algum imaginei que algum dia podessemos vir a passar o que hoje passamos.. talvez porque o tipico seja sempre imaginarmos que há coisas que só acontecem aos outros !
Lembro-me de que quando me davas beijinhos ou me tocavas na face eu, hoje considero que, não te dava a atenção e o valor merecido !
E hoje sinto tanto a falta disso.. acho que trocava todos os dias da minha vida por um só dia contigo.. sorrindo e brincando como se à nossa volta nada mais existisse !
Hoje deparo comigo a pensar em coisas, alvez insignificantes.. lembro-me de quando me ensinas-te a andar de bicicleta ou até de quando iamos para a tua aldeia ! e o brilho que o teu olhar tinha qd lá chegavamo ?
Ai avô.. é tão injusto hoje nem o teu sorriso poder ver.. sinto-me tão mal por ter medo de te tocar ou até, de por vezes, te ver ! oh avô.. hoje tenho duvidas se ainda me conheces ou sentes a minha presença.. mas sabes, as vezes desejava que não [que idiotice!].. só para não sentires as minhas lágrimas que transportam toda a saudade e mágoa !
oh avô.. queria tanto levar-te a fazer todas aquelas coisas que falavamos quando era pequena.. oh avô ! hoje não tenho o mesmo brilho quando vou a tua aldeia, hoje não tenho o mesmo sorriso de quando falo em ti !
oh avô ! Desculpa ! sei que não suportas que chore.. e muito menos quando falo contigo ou até para ti ! desculpa avô.. não fiques triste ! não fiques !!! eu amo-te avô ! e viver todas as coisas sem ti é dificil.. eu queria contar-te tanta e tanta coisa ! Queria mostrar-te as minhas fotos e ver como te sentias todo orgulhoso ! Sinto falta disso avô ! Sabes avô, a avó passa os dias a chorar.. e ela própria deixou de ter espaço na cabeça dela para mim.. e eu sinto falta disso ! oh avô, não pode voltar tudo a ser o que já foi ? eu prometo que já não te ia chatear tanto e ia comer sempre tudo o que tu mandavas !!
oh avô.. volta a sorrir para mim e a tocar-me como um dia fizes-te ! eu preciso tanto disso avô ...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

deixaram / deixei

Sentimos aquela tristeza quando nos apercebemos que 'aquelas' pessoas deixaram de ter tempo para nós ! Mas mais triste ainda é quando sentimos que nós próprios fomos vencidos pelo cansaço e já não procuramos ter tempo para quem não demonstra amar-nos como um dia pensamos que era...

domingo, 8 de novembro de 2009

"Agora tenho um horário que me rouba horas à poesia. É simples - de tão escandaloso que é: não posso dar-me ao luxo de pensar em ti a cada instante e – eu explico – já nem tento oferecer os pulsos para que os beijes. Agora perco-me em saudações cordiais e sorrisos de bons dias. Sou toda leveza, acreditas? Em mim já não há espaço para a alegre melancolia dos teus olhos. Deixa-me que te minta. À hora de almoço quase me vou abaixo na determinação que - diariamente e num esforço notável - impinjo ao meu peito para te esquecer. Junto com o arroz e a hortaliça – cuidadosamente expostos num tupperware amarelo – trago também aquele livro às escondidas. Repara: a cor é a mesma e eu sempre gostei de cores garridas para espantar o desgosto. Pensei em abri-lo - como sempre - depois do ritual do café. Mas digo que não e resisto à tentação. Hoje saí cedo com um vestido de folhos até aos pés e decidi chamar o calor. Pintei as unhas para me entreter. Aqui ninguém te conhece e não há tempo para apresentações nem mais vagar para lágrimas. Não deixo que me provoques. Sobrevivo impune por amor à literatura. Talvez pelo pouco amor que te tenho não me deixo seduzir. Só por isso. E quando chego a casa estou demasiado cansada para que me despertes. Já não me sento à varanda a ver-te chegar. Abandonei as bebedeiras e todos os vícios. Vivo agora num coração saudável: especificamente treinado para a rotina. Adormeço ao som da mesma música mas já não peço que me sussurres a carta da paixão ao ouvido. Eu também só sei ler para dentro, amor. A rua está vazia e não há mais nada que nos peça claridade. Amanhã tenho uma encomenda sem réstia de imaginação para preparar. Encontrei maneira de não ter tanto medo do futuro: porque já não te espero às minhas mãos. Num impulso. Morreste-me como um nó atravessado na garganta e eu – asfixiada – suicidei-me a seguir. Para que saibas: foi assim que deixei de escrever."